Durante a Feira Música Brasil, que aconteceu entre 8 e 12 de dezembro de 2010 na cidade de Belo Horizonte/ MG, ocorreu a exposição sobre a criação do Sistema Nacional de Bandas, a ser lançado pela FUNARTE. Havia pouca representatividade dos que seriam os mais favorecidos, os mestres de banda. A justificativa da coordenação do evento foi o tempo insuficiente para comunicar a todos do evento. Nem um representante das centenas de bandas civis mineiras, o estado da federação que mais abriga este tipo de corporação musical não estava presente. O Fórum se iniciou sob a mediação de Rosana Lemos, coordenadora do Projeto Bandas (desde 1993). Rosana fez uma retrospectiva do Projeto bandas e expôs as novidades do Sistema Nacional a serem implantadas em 2011. Anunciou também a parceria entre a Escola de Música da UFRJ e a FUNARTE e prometeu motivar políticas públicas para as bandas de música. O acordo foi selado pelo professor Dr. Marcos Nogueira, Vice-diretor da Escola de Música da UFRJ, que atua em cursos e painéis de banda de música da FUNARTE desde 1994. Indicado como diretor artístico do Sistema Nacional de Bandas Funarte/UFRJ, o maestro e professor Marcelo Jardim, trouxe informações sobre as diversas formações de bandas no Brasil e apresentou como proposta uma rede de conexões entre elas. Reiterou que os 3 pontos norteadores do Projeto Bandas serão mantidos, quais sejam: capacitação de músicos, preservação patrimonial e economia cultural (doação de instrumentos). Propôs encontros regionais, um curso modular para mestres e a continuidade de edição de material didático e partituras. Anunciou a atualização e cadastramento on-line das bandas interessadas e afirmou a necessidade de interação dos estados e municípios, a fim de tornar viável o projeto nacional. O Prof. Marcos Nogueira apontou a importância da lei 11.679, que traz a educação musical para as escolas de ensino básico, além de destacar a figura de Villa-Lobos no cenário “bandístico”. Vislumbro uma nova fase para estas corporações no Brasil.
Em breve momento de apresentação, como representante das filarmônicas da Bahia e da UFBA, tentei formular uma pergunta que sintetizasse tudo o que ouvi e também obter uma resposta sobre como tentar dentro do curso modular proposto para os mestres, um reconhecimento do MEC, ou acenar para um possível curso de licenciatura em instrumento que favorecesse esta capacitação para que o músico de banda pudesse lecionar em escolas públicas. Questionei também acerca do orçamento previsto para este segmento dentro de uma possível transversalidade entre os ministérios da educação e da cultura. Geraldo Horta interveio então, com discurso sobre a transversalidade (parceria entre ministérios), bastante diferente do anteriormente proferido, além de não contemplar a questão levantada quanto à previsão orçamentária direcionada para as bandas de música brasileiras. Transversalidade? Para Geraldo Horta, a meu ver, as bandas continuam em “paralelo”... Todavia ao final do evento, até o fechamento da sede da Funarte, o próprio Marcelo Jardim, concordou com a idéia de que as bandas precisam ser reconhecidas pelos nossos representantes governamentais, como uma escola de música com presença marcante na formação musical de nosso país.
Abraços, Celso.