terça-feira, 14 de dezembro de 2010

RIR É O MELHOR REMÉDIO!

GESTÃO CULTURAL
Texto: Celso Santos
Fotos: Tainá e Elisangela
Caricaturas: Bal Maia, Celso e Thiago


No Curso de Gestão
Ocorrido na Capital
A turma foi elogiada
Pelo professor Erivaldo
Dinamicidade e muito assunto
Onde aprendemos muito
Sobre Gestão Cultural

Dias oito, nove, dez e onze
         De Novembro do corrente
         Foram os primeiros encontros
        Com muita gente descente
         Onde discutimos idéias
         Onde toda a platéia
         Participou freqüentemente

Falou-se muito de projetos
Fundação de Associação
Formação de Assembléia
Para criar a Federação
Pra que todo o mundo ouça
Que as Filarmônicas têm força
Poder e representação

Fomos bem recepcionados
Na estrutura do SEBRAE
Só faltou um coffee-breack
Para a turma se alegrar mais
Mas saiu um cafezinho
Para espantar o soninho
De quem traquinou noite atrás


Aguardamos ansiosamente
A presença de Arnaldo
Para falar do dinheiro
Que se encontrava atrasado
Ele então na sua ação
Deu-nos a confirmação
Que o dinheiro tava empenhado

Dentre muitos integrantes
Vale a pena destacar
Algumas personalidades
Que vão se eternizar
Para sempre em nossa mente
Podes crer que esta Gente
Não dão sopa pro azar

TEM o Isac de SERRINHA
Com toda sua abundância
A democradura de Coité
Com Seu Paulo e sua falança
O Carlos de Alagoinhas
Até de Nazaré das Farinhas
Tinha uma representanta


O Gerry de Ibipeba
Que também se destacou
A representante de Fred
Levou o sax mas não tocou
Mas com toda a sua beleza
Comunicação e firmeza
Muito nos animou

Um Senhor de Calculé
Lugar longe como o que
Uma rapaz de Itamarajú
Que deixou o cabelo crescer
Lá ele fez umas tranças
Alegre como uma criança
Você precisava ver

Duas meninas muito lindas
De Lençóis e Santa Maria
Tinha também outras senhoras
Sempre na mesma companhia
Uma morena charmosa
Outra senhora formosa
A Dona Zélia Maria

Bal de Itapiramutá
Mirandinha de Bonfim
O Joel de Jacobina
Nilson, Sebastião e Serafim
Luciano Borba dos Santos
Homem de barba e cabelos brancos
E sabedoria sem fim


Cristian Batista e Agapito
Wesley Tavares e Tainá
Elisângela Santos e Eder
Roque Adson a completar
Há! Já ia esquecendo um assunto!
Quem também destacou muito
Foi a Mulher do celular

Não poderia esquecer
Nem deixar de relatar
De uma grande figuraça
Que também estava lá
Escrevendo seus poemas
Relatando grandes temas
Cujo agora vou contar

Ele falou de Dobrados
Da beleza das meninas
Da presença de Carol
Sempre com humor e rima
Este moço é o Queiroz
De Palmeira de Lençóis
Homem de astral lá em cima

Agora vou finalizar
Com o personagem principal
O que mais se destacou no Curso
Foi o SABEr de NICOLAU
Com extrema sabedoria
Conhecimento e maestria
Sobre GESTÃO CULTURAL

Caros amigos me desculpem
Enquanto tempo se tem
Lembrem-se de alguém por mim
Se nestes versos não tem
Outra vez que escrever
Não esquecerei de ninguém
Pois nunca escrevi um verso
Nem tampouco um poema
Não quero me aparecer
Nem também sair de cena
Me perdoem se errei na rima
Agora vou me apresentar:
Sou Celso de Jacobina.




Relatos do Curso de Gestão Cultural
Realizado pela Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB), em parceria com o Sebrae.
Salvador – Ba, 07 de Dezembro de 2010.
Celso Santos Filarmônica 2 de Janeiro de Jacobina
Fundada em 02 de Janeiro de 1878
Fones: (74) 9195-4609
8111-1523
9965-0071
3621-3144


Maestro Thiago Barbosa








CARTA DAS FILARMÔNICAS EM PORTO SEGURO

Fred Dantas

Nas comemorações dos 510 anos do descobrimento do Brasil o assunto bandas filarmônicas voltou ocupar o centro das minhas preocupações, mesmo satisfeito em ter realizado com sucesso, a convite da Secretaria de Cultura, um encontro de bandas no recente congresso da ONU em Salvador, mesmo tendo prometido numa entrevista na Rádio Educadora renunciar ao tema e me voltar aos estudos acadêmicos.

Quem esteve hoje em Porto Seguro exigindo de mim essa carta não foram fisicamente as bandas filarmônicas, ainda que representadas pela Filarmônica 2 de Julho, a banda da cidade. Eram músicos oriundos de diversas cidades do interior que aqui estavam integrando as bandas militares da solenidade. E as notícias que surgem são bastante desanimadoras.

As duas bandas da cidade de Alagoinhas fecharam suas portas recentemente; um dos mais competentes maestros da Bahia deixou a Lira dos Artistas, em Santo Amaro, depois de meses sem salário; na mesma cidade o experiente mestre Domingos passa por necessidades, sem emprego. Em Itacaré o mestre fez o que outros estão fazendo: entregam os instrumentos melódicos para os rapazes tocarem pagode e arrocha am Salvador, desde que em determinada época atuem com a filarmônica. Em Muritiba a 5 de Março decidiu não esperar mais ajuda alguma e mobiliza a cidade para não morrer.

Caso se faça uma rápida pesquisa, o que se vê é uma situação de risco para mais de duas centenas de instituições musicais, algumas com mais de cem anos de funcionamento, e para  seus arquivos musicais manuscritos, de importância ainda não avaliada. Desde o início do atual governo estadual que nenhum centavo é repassado a essas corporações a título de incentivo, nenhum edital é publicado nem se conhece plano algum para o setor. Isso depois de muitos dos que estão aqui em Porto Seguro terem ouvido, do próprio governador Jacques Wagner em 2007 que em seu governo “as filarmônicas seriam prioridade”.

Na Bahia as bandas filarmônicas não se articularam em uma associação nem uma frente de reivindicação organizada, enquanto nos outros estados do Brasil elas formam federações, existindo até uma confederação nacional. Isso porque aqui a ação do estado sempre se antecipou a isso, primeiramente nos programas de apoio ligados à  Secretaria do Trabalho, depois à Fundação Cultural, confluindo para a constituição de um aparelho para-estatal, uma casa das filarmônicas, hoje inativa. Chegamos finalmente a um tempo em que tal apoio simplesmente inexiste. Surge ao contrário, intenso investimento em um núcleo de orquestras juvenis, inspiradas em uma rede chamada El Sistema, com origem na Venezuela, que se pretende espalhar interior afora, e as filarmônicas foram apanhadas sem ação, depois de esperarem inutilmente um plano, uma política para o setor, que não veio.

Por que enfim essas bandas devem ser apoiadas pelo estado? Porque há anos iniciam, integram e profissionalizam milhares de crianças e jovens sem lhes cobrar um tostão, ao contrário, acessando um instrumento, fardamento e lanche diário. Porque estão intimamente ligadas à vida social da suas cidades, presentes em todos os momentos, da solenidade, de cunho religioso ou de pura festa. Porque em seus arquivos brota um notável patrimônio de músicas originais, em maioria compostas nas próprias cidades, por competentes compositores dos quais todos têm o direito de saber o nome, obra e tudo que fizeram pela música.

Uma solução seria uma parceria lógica e orgânica entre prefeituras e bandas da cidade mas isso raramente ocorre, e quando existe vem atrelado a interesses políticos imediatos. Se raros são os prefeitos conscientes do trabalho da banda em sua cidade, mais raro ainda é o gestor que o faz de maneira equilibrada, quando há dois grupos locais. E em geral políticos costumam se sensibilizar mais com o colorido e movimentação das fanfarras que com o trabalho discreto e profissional das bandas filarmônicas, que usam toda a teoria da música ocidental: pentagrama, notas, dinâmica e sinais de expressão.

Em Cachoeira, terra de Tranquillino Bastos, considerado o mestre dos mestres de banda e criador de uma linguagem nacional para esses grupos, existem duas bandas de música centenárias e uma bem jovem, criada há poucos anos. Todas elas estão cheias de crianças e jovens estudando e lendo partituras e convivem com sérias dificuldades em continuar esse trabalho. Há três anos nenhuma delas recebe ajuda do estado, mas lá já se estuda um local outro, para instalar uma dessas orquestras juvenis Se isso acontecesse agora, criar-se-ia na comunidade duas realidades para trabalho sócio-musical: os com-apoio e os sem-apoio.

A princípio se poderia imaginar que a falta de ação para o setor das bandas de música se devesse a uma distração, alguma incompetência ou falta de identificação dos gestores da cultura com grupos musicais tradicionais. Mas agora se percebe (como chegou a ser anunciado na Agenda Cultural, que as bandas que quisessem apoio deveriam procurar o núcleo de orquestras), que o sistema  dirige-se ao aparelho físico e humano das bandas de música para a sua pretendida expansão rumo ao interior. Arranha a nossa imaginação que o abandono das bandas pelo estado teria sido proposital, para que as bandas de música anêmicas, desmoralizadas pela falta de recursos e desmotivadas por uma intensa propaganda em torno das tais orquestras, sejam pressionadas a ceder seus espaços e seus alunos.

Não estarei sendo sectário nem intransigente ao declarar que uma negociação entre bandas e orquestras nesse momento é a priori injusta, visto que um lado não tem recursos e ao outro aparentemente não faltam recursos. O que poderia ocorrer seria o enfraquecimento de duas centenas de instituições independentes, cada qual com seus estatutos e dirigentes eleitos democraticamente, e sua substituição por uma estrutura piramidal, onde no topo está um líder único e um sistema pedagógico que não agrega experiências locais.

Para as bandas filarmônicas a primeiríssima conseqüência seria o abandono do repertório local, subjugado pela música clássica pré-fabricada, impressa e experimentada. Depois, para um setor da educação musical cuja eficácia só agora vem despertando estudos acadêmicos, significaria o abandono de um método de partitura e instrumento que tem funcionado. Esses mestres de banda, sejam elas civis ou religiosas, iniciaram e profissionalizaram a totalidade dos músicos de sopro que integram as bandas militares e profissionais, inclusive os jovens que atualmente estão integrando as orquestras sinfônicas.

Enfim, haverá lugar para todos, desde que um dos lados não seja injustiçado. Orquestras sinfônicas nunca inviabilizaram bandas filarmônicas em lugares onde tiveram oportunidades iguais. Por isso o que se deseja é um plano emergencial de recursos para todas as bandas de música do estado. E que para isso não lhes seja, aos moldes de editais, exigido muito palavrório nem um turbilhão de documentos. Deixem que seus alunos, sua música e suas histórias falem por si, nesse primeiro momento. Com essa tardia mas providencial primeira ajuda, elas terão condições de receber com dignidade as notícias dos novos tempos que chegam.

O governo conhece contatos, números e necessidades das bandas filarmônicas, através de um questionário que todas responderam. Se essa ajuda não chegar logo, parece evidente que o que está em curso é uma espécie de genocídio cultural, onde uma ideologia esmaga a outra e ocupa seu espaço. Sendo assim, é melhor que eu dê por encerrada uma militância de quase trinta anos e que enterrem meu coração na curva do rio. Do Paraguassu, de preferência, à margem do qual nasceram Tranquillino Bastos, Heráclio Guerreiro, Amando Nobre e Estevam Moura.

Porto Seguro, 22 de abril de 2010.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Fotos do Curso e trabalhos da Comissão Pró-Federação

 Arnaldo dando as boas vindas pra 2º etapa do curso de Gestão Cultural, ao Fundo o Nobilíssimo instrutor Erivaldo Nunes.

Foto Oficial da última aula da 2º etapa do 1º grupo. (pense numa turma animada)
Mestre Fred demonstrando todo o seu apoio à comissão pró-Federação. Vejam que ele não consegue esconder seu entusiasmo ao ver realizar-se os anseios da Carta de Porto Seguro. Isso só nos fortalece.

Se não bastasse o apoio do Mestre Fred, eis que surge o grande Celso Benedito, que figura espetacular, que honra pra esta federação ter o apoio deste ilustre trompista e, nesta ocasião, representando também a UFBA. Obrigado por tudo, Celso.
(principalmente pelo almoço, tava uma delícia, hehehe)

Temporal causa prejuízos à Filarmônica Juvenil Rio do Ouro


As fortes chuvas ocorridas na madrugada deste domingo (12/12/10) atingiram as dependências da Associação Aurora Jacobinense situada a rua professor Tavares 90, Centro de Jacobina. As águas invadiram principalmente, a sala onde estavam guardados os pertencesses da Filarmônica Juvenil Rio do Ouro causando, assim, bastantes transtornos.
A situação está caótica, todo o equipamento de som, que faz parte do quite multimídia adquirido com recursos do programa Ponto de Cultura, formam molhados e não se sabe ainda, quais as conseqüências dessa tragédia.
Todos os estojos com instrumentos que se encontravam no local estão encharcados de água, o que certamente, trará prejuízos com reparos de instrumentos e com a inevitável decomposição desses estojos. Contudo, lamenta-se mais ainda, a perda de diversas partituras, inclusive, de alguns arranjos e composições do saudoso Maestro e principal idealizador da filarmônica Juvenil Rio do Ouro, Amado Honorato de Oliveira.
Fontes não oficiais dão conta de que choveu no período de cinco horas,ininterruptas, cerca de 210 ml, provocando o aumento, considerável, dos níveis dos rios da cidade ( Itapicuru-Mirim e rio do Ouro). Além, de inundações em várias casas e destruições em muitos bairros de Jacobina. Mais informações acesse:
http://www.brasilc.com/
http://www.noticialivre.com/ 
 
Joel, Lamentamos muito, estamos a sua disposição, esperamos e queremos ajudar no que for preciso. Gerry e Celso, podem te ajudar presencialmente, mantenha-nos informados sobre como te ajudar à distancia.
 
Saudações a todos.
 
Cordialmente, Thiago Barbosa.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Sociedades Filarmônicas - Quem Somos?

Por Fred Dantas
Em atenção à mestra  Sônia Oliver e demais organizadores das reuniões que pretendem lançar os pilares de uma federação de sociedades filarmônicas, entendo que a minha principal contribuição, além da construção do repertório, é a reflexão sobre a nossa identidade,  o que nos caracteriza em relação a grupos que envolvem o uso de instrumentos de sopro e percussão.
A princípio entendo que, ao lado das ações envolvendo legalização e criação de canais permanentes de comunicação e apoio com o governo, uma das nossas primeiras providências  será a identificação do que somos.
1 – a sociedade filarmônica possui autonomia cível e territorial. Isso significa que possui estatutos, inscrição no CNPJ;  e o espaço onde realiza suas atividades é de soberania própria. Sua diretoria é livremente eleita e por norma a permanência é de 4 anos de mandato, podendo ser reeleita. A sua sede pode não ser propriedade própria, mas a gestão do espaço deve ser responsabilidade da sociedade filarmônica.
2 – a sociedade filarmônica participa musicalmente dos principais eventos sociais na comunidade onde se origina. Para isso mantém um corpo musical formado por flautim, flautas, clarinetas, saxofones, trompas, trompetes, trombones, bombardino, tubas e percussão, regido pelo mestre de música e seus auxiliares, chamados contra-mestres. Algumas sociedades musicais associam a música a atividades ligadas à literatura, poesia e outras artes. A banda de música se locomove, acompanhando cortejos, desfiles e procissões e se apresenta em situação de concerto, com músicos sentados em um palco ou coreto.
3 – as bandas filarmônicas em sua praxe musical  têm como principal característica a produção própria e imediata de repertório. Composições novas e arranjos são relacionados a datas, fatos e pessoas e são produzidas por componentes da banda de acordo com as formas musicais e suas partes e ainda de acordo com os quatro pilares da escrita polifônica: canto, contracanto centro e marcação.
4 – A sociedade filarmônica tem se caracterizado por uma ação social efetiva e discreta, que tem raízes nos antigo terço colonial, quando a banda de música era um veículo de inclusão social para os mais humildes e segregados, até  os nossos dias, quando as bandas são um dos principais construtores de cidadania, reunindo crianças e jovens em centenas de cidades do Brasil.

A reflexão advinda dos quatro pontos listados passa por elogiar a iniciativa de congregar essas instituições na Bahia em uma associação representativa. A maioria dos estados do Brasil possui federação semelhante, que em geral luta pelos direitos e integridade das sociedades musicais. Na tal Carta das Filarmônicas em Porto Seguro, que escrevi às autoridades reinvindicando atenção ao estado de coisas das bandas de música na Bahia, esclareci:
Por que enfim essas bandas devem ser apoiadas pelo estado? Porque há anos iniciam, integram e profissionalizam milhares de crianças e jovens sem lhes cobrar um tostão, ao contrário, acessando um instrumento, fardamento e lanche diário. Porque estão intimamente ligadas à vida social da suas cidades, presentes em todos os momentos, da solenidade, de cunho religioso ou de pura festa. Porque em seus arquivos brota um notável patrimônio de músicas originais, em maioria compostas nas próprias cidades, por competentes compositores dos quais todos têm o direito de saber o nome, obra e tudo que fizeram pela música. (Dantas, abril 2010)
A participação da filarmônica em sua comunidade passa hoje por um posicionamento firme no sentido de cobrar às autoridades a devolução do espaço público: seja ele o espaço físico de uma praça, em geral ocupada  por atividades privadas como bares e vendedores avulsos, como também o espaço sonoro, muitas vezes saturado por apenas um ou dois automóveis com potentes aparelhos de som. Sem esses dois espaços assegurados torna-se impossível que a banda de música volte a ocupar as praças, tocando coisas de amor.
Uma das alternativas de crescimento para as bandas de música seria promover atividades conjuntas com círculos poéticos e literários, sempre de alguma forma existentes nas cidades. A banda deve se locomover pelas ruas, mas mantendo a sua identidade em relação às bandas de marcha de inspiração norte-americana, que usam o mesmo instrumental, mas se diferenciam no repertório (em geral músicas olímpicas) e no fardamento (neles mais vistoso).
Do mesmo modo as bandas filarmônicas devem cada vez mais buscar situações de concerto, onde podem tocar para uma platéia atenta e utilizar instrumentos de percussão fixos;  isso  nos aproxima momentaneamente da  banda sinfônica, mas atentos a três coisas que delas nos diferenciam: somos uma sociedade, enquanto a banda sinfônica geralmente pertence a uma instituição; em geral produzimos ou replicamos repertório próprio, nos distanciando de um catálogo internacional dirigido; e finalmente estamos sempre aptos a complementar nossa apresentação de palco com uma volta festiva pelos arredores, conduzindo em situação de festa o mesmo público que nos escutava há pouco.
A produção de repertório tem sido possível em diversas bandas de música, seja em situações como a minha própria, quando recentemente compilei um conjunto de peças feitas especialmente para banda em trinta anos de carreira, seja em casos notáveis como a da menina de 15 anos da cidade de Itiúba que compõe músicas que são tocadas com sucesso pela sua banda.  A meu ver, teria que se aproveitar o que foi conquistado no Curso de Capacitação para Mestres e Músicos Líderes de Filarmônicas (Oficina de Frevos e Dobrados-Fundo de Cultura da Bahia 2008-9) e se ampliar a ação a partir daí, revisando, ampliando  e reeditando seu material didático, que disponibilizo gratuitamente.
Finalmente, a ação social da filarmônica deve se desenvolver nas bases que nos deram êxito na alfabetização musical há muitos e muitos anos: a banda de música não vai buscar, não vai convencer a nenhuma criança ou jovem a apreender nossa profissão, mas se mantém como uma porta sempre aberta, que nunca recusa a priori um aluno sob pretexto algum.


(postado por: Maestro Thiago Barbosa, Sociedade Filarmônica Lyra Itamarajuense)